Foto: Arquivo pessoal
Quando criança, em Laranjeiras, na Serra, Briant Moreira de Oliveira olhava para o céu e sonhava em ser astronauta. Filho de um caminhoneiro e de uma dona de salão de beleza, ele cresceu em uma infância simples, mas cheia de curiosidade. Hoje, aos 29 anos, esse mesmo menino – agora engenheiro de software e conhecido nas redes como Elliot – disputa uma das seis vagas para embarcar no foguete New Shepard, da Blue Origin, empresa fundada por Jeff Bezos.
O projeto que o move é grandioso: investigar os efeitos da microgravidade no corpo humano, analisando músculos, ossos e conexões neuromusculares. Mais do que ciência espacial, a proposta tem impacto direto na vida na Terra, podendo abrir caminho para novos tratamentos de doenças como osteoporose, esclerose lateral amiotrófica e até a caquexia do câncer. “Quero trazer de volta para a Terra os resultados desse experimento, para ajudar no desenvolvimento de tecnologias, terapias e medicamentos que melhorem a vida das pessoas”, diz ele.
Foto: Arquivo pessoal
A jornada até aqui não foi linear. Ele chegou a cogitar a Medicina, mas acabou descobrindo na tecnologia sua verdadeira paixão. Estudou nos Estados Unidos, onde foi assistente cirúrgico, e acabou migrando para a engenharia de software, ingressando na Make School, incubada pela Y Combinator, na Califórnia. Seu talento abriu portas inesperadas: em uma competição de Machine Learning, usando dados do telescópio Kepler, identificou 37 possíveis exoplanetas, trabalho que chamou a atenção da NASA e foi confirmado pela equipe da agência.
Mas o profissional não é só ciência. Ele é música, trilhas, meditação, cachoeiras de Vitória, nascer e pôr do sol. É violão e também foguetes em miniatura. É paraquedas, astronomia amadora e a alegria de reunir amigos para causas sociais, como o movimento de praia limpa em Bicanga. É também mentor em iniciativas como o Vitória Startup Weekend, incentivando novos talentos a acreditarem em seus sonhos.
Foto: Arquivo pessoal
Naturalizado brasileiro, Elliot leva consigo o Espírito Santo no coração. E, ainda que hoje olhe novamente para o céu em busca de uma chance de fazer história no espaço, mantém os pés firmes na Terra e no propósito de transformar conhecimento em impacto real. Sua trajetória nos mostra que curiosidade, disciplina e amor pelo que se faz podem nos levar muito mais longe do que imaginamos.
Foto: Arquivo pessoal