Evento de lançamento do Anuário do Cooperativismo Capixaba 2025. Foto: Exclusive Fotografia/divulgação Sistema OCB/ES
As cooperativas estão presentes no dia a dia dos capixabas, do campo às cidades. O modelo de negócio tem gerado transformações econômicas e sociais no Espírito Santo, como a geração de novas oportunidades de trabalho, diversificação do mercado e investimento em projetos sociais que beneficiam as comunidades.
Em 2024, as 114 cooperativas que atuam no estado movimentaram R$ 16,9 bilhões. Isso equivale a 8,2% do PIB nominal capixaba. Ao considerar os efeitos indiretos e induzidos das atividades dessas cooperativas em outros setores, o impacto chega a 12,5%. É o que aponta a sexta edição do Anuário do Cooperativista Capixaba.
Além do potencial econômico, as cooperativas se destacam pela sua diversidade de negócios. Elas estão presentes na agropecuária, na infraestrutura, na saúde, nos serviços financeiros, educacionais e de transporte, apenas para citar alguns. Essa variedade permite que o modelo de negócio alcance diversos públicos, dentro e fora do estado.
Os cooperados são uma das figuras-chave. É assim que são chamados os membros de uma cooperativa. A relação deles com o movimento é diferenciada: eles são considerados donos do negócio, pois participam de decisões e resultados econômicos. Hoje, já são mais de 968 mil cooperados fazendo parte de cooperativas capixabas.
“Somos um movimento que agrega pessoas, e o nosso objetivo maior é trazer retorno para elas. Por isso, os cooperados estão integrados no nível estratégico das cooperativas, ajudando a definir seus rumos e recebendo retorno financeiro, além de contarem com suporte para se profissionalizarem e alcançarem novos mercados”, considera o presidente do Sistema OCB/ES, Dr. Pedro Scarpi Melhorim.

Dr. Pedro Scarpi Melhorim. Foto: Divulgação
Outro público beneficiado são os colaboradores. No Espírito Santo, o movimento cooperativista emprega cerca de 12 mil pessoas. O aumento foi de 2,7% em relação a 2023, três vezes maior que a taxa de crescimento da população ocupada no estado, no mesmo período, que ficou em 0,9%.
Outro dado que surpreende é o número de pessoas envolvidas com o cooperativismo capixaba: 2,2 milhões de pessoas, incluindo cooperados, colaboradores e seus familiares. Significa que 53% da população capixaba possui uma conexão direta ou indireta com o movimento coop.
“O capixaba está imerso no cooperativismo. Os números mostram o quanto essa cultura tem se fortalecido no estado. O melhor é que todos ganham com isso: cooperados e colaboradores, poder público, segmentos demandados pelas cooperativas e a sociedade”, observa Melhorim.
A ascensão do conceito ESG, utilizado para se referir a práticas ambientais, sociais e de governança, estimulou diversas empresas a repensarem suas rotas. Combinado a isso, valores arraigados entre as novas gerações exigem mais responsabilidade social e ambiental por parte dessas organizações.
Esse desafio relativamente recente para o mercado de trabalho e consumo tem tido a atenção do cooperativismo desde o princípio do modelo de negócio. A primeira cooperativa moderna, fundada em 1844, já se preocupava em propagar melhores condições de vida. Uma das evidências mais sólidas são os sete princípios do cooperativismo, que estimulam uma postura de valorização dos cooperados e até interesse genuíno pelas comunidades.
“A valorização das pessoas é o que nos diferencia enquanto modelo econômico. Temos esse cuidado dentro e fora das cooperativas. Geramos valor para os cooperados, empregos e ambientes de trabalho saudáveis para os colaboradores e ações sociais para as comunidades. É uma visão de cuidado 360, praticada muito antes do surgimento do conceito de ESG”, explica Carlos André Santos de Oliveira, diretor-executivo do Sistema OCB/ES.

Carlos André Santos de Oliveira. Foto: Divulgação
Esse impacto é comprovado em números: 916 mil pessoas foram impactadas por programas e projetos sociais das cooperativas capixabas em 2024. As iniciativas são custeadas com recursos financeiros das próprias coops e têm como objetivo democratizar o acesso à educação, saúde e cidadania em todo o Espírito Santo.
“As cooperativas não se preocupam apenas consigo mesmas, pois sua força e resiliência econômica está sedimentada sobre valores humanos. Não adianta querer lucrar e fazer negócios se os cooperados não estão satisfeitos e se a comunidade a redor não prospera junto. O impacto precisa ser percebido dentro e fora do movimento, e o cooperativismo tem feito isso há quase dois séculos”, reforça Carlos André.