Fotos: Brewz (@brewzfestival) e Koisas de Minas (arquivo pessoal)
O Espírito Santo pulsa criatividade em experiências em que o artesanal encontra o sofisticado, e a arte, em suas diversas faces, dialoga naturalmente com a gastronomia. E Vitória e Vila Velha, diferentes iniciativas mostram que a cultura se expressa tanto em uma galeria quanto em uma varanda, sempre celebrando o fazer com identidade.
No dia 9 de outubro, a delicatessen Koisas de Minas preparou uma mesa generosa de pães, queijos e charcutarias para receber a designer Alice Mendes e seus convidados, que lançou na Olhares Galeria, em Vitória, a coleção Lago dos Cisnes. Inspirada na música e na
dança, a linha de jóias autorais destacou-se pela intimidade entre ritmo e movimento, revelando como a joalheria artesanal pode se transformar em expressão cultural.
Medeiros. Divulgação
Dois dias depois, em 11 de outubro, o artista Adauto Emmerich inaugurou a exposição Arte e Vida na Medeiros Bakehouse, em Vila Velha. O espaço, conhecido pela produção de pães de fermentação natural, tornou-se galeria para as pinturas a óleo, aproximando a tradição
clássica do cotidiano, em uma experiência em que o olhar e o paladar se encontraram.
Na mesma data, a Feira de Comida Artesanal Macunaíma movimentou a Praia da Costa com dezesseis produtores locais. Pães, doces, cafés e hidroméis deram o tom de um encontro que valoriza a produção independente e fortalece a cultura alimentar da região,
reafirmando a gastronomia como elo comunitário.
No próximo dia 18, será a vez do Brewz Festival, no Brizz Vitória, reunir cervejas artesanais – algumas de marcas capixabas – , boa música e gastronomia em um ambiente descontraído, celebrando o espírito coletivo em torno do artesanal.
Cuco. Divulgação
A cena gastronômica capixaba também ganhou novos sabores com o Cuco Gastrobar, que recentemente abriu sua varanda e já vem conquistando público com seus pratos e drinks autorais. Durante a semana que passou, o cardápio recebeu novidades: arepa com
muhammara, cupim desfiado e gremolata; o drink não alcoólico Biricutico – xarope de flor de sabugueiro, mix de limão, água com gás e espuma de biri biri – e sua versão alcoólica feita com o capixaba Mar Dry Gin. Hoje, está previsto ainda a estreia da versão vegetariana
da arepa, com muhammara, picles de pepino da casa, cogumelos salteados e gremolata, reafirmando a gastronomia como arte que combina técnica e criatividade em cada detalhe.
Mais do que uma sucessão de datas, esses encontros revelam um Espírito Santo que vem se desenhando como tempo de encontros – tempo que esperamos que cada vez mais ganhe força por todo o estado. Artistas, produtores e público se unem no gesto de criar e
compartilhar, fazendo da gastronomia não apenas sabor, mas linguagem – ponte que conecta o artesanal ao sofisticado, o cotidiano ao simbólico. Entre uma joia, um pão, uma tela ou uma taça, o que se vê é a força de uma cultura que emerge, se alimenta do encontro e se renova na convivência.