Foto: Cacá Lima
Representantes das principais instituições e de empresas dos setores de logística, atacado e distribuidor, transporte e comércio exterior estiveram reunidos, no Palácio Anchieta, para o lançamento da Modal Expo 2025, primeira feira dos segmentos do Estado
Nos últimos dois anos, o Porto de Vitória passou por melhorias ampliando sua capacidade instalada em 80% e deve crescer o mesmo percentual nos próximos cinco anos. Após investimentos no terminal de passageiros, infraestrutura e ampliação de pista no aeroporto, a Zurich revela que tem capacidade para ampliar voos cargueiros por semana e enxerga novas oportunidades no transporte de cargas. Já a VLI discute renovação do contrato da FCA e quer inserir o Espírito Santo em rota de agroinovação.
Os temas foram abordados durante o lançamento da Modal Expo 2025 – 1ª Feira de Logística, Transporte e Comércio Exterior do Estado, nesta quinta-feira (10), no Palácio Anchieta, em Vitória, que contou com a presença do governador Renato Casagrande; do vice-governador Ricardo Ferraço, além de empresários e lideranças dos setores.
Durante o painel “Construindo o futuro logístico do Espírito Santo”, o CEO da VPorts, Gustavo Serrão, afirmou que a concessionária tem planos de expansão com foco na eficiência e na vocação do Estado, indo além de Vitória e Vila Velha, como em Aracruz. Prova disso são os investimentos de R$ 26 milhões para as dragagens dos portos de Vitória e Barra do Riacho, em Aracruz. As obras irão até fevereiro de 2025.
Compondo também o debate, o CEO da Zurich, Ricardo Gesse, destacou que, em quatro anos e meio no Estado, investimentos foram feitos para ampliar o transporte de cargas, visto a relevância do comércio internacional para as atividades econômicas.
“Hoje o aeroporto recebe semanalmente dois voos cargueiros de grande porte e temos infraestrutura suficiente para ter mais. Há reserva de áreas no sítio aeroportuário, e temos uma área considerável para cargas, que cresceu de 2 mil para mais de 6 mil metros quadrados, além de outra de desenvolvimento imobiliário, reservada para logística. Se o investimento vai acontecer ou não, tudo depende do investidor, de todo movimento econômico que está acontecendo”, reforçou Gesse.
Já o gerente geral de relações institucionais da VLI Logística, Anderson Abreu, destacou a renovação da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), considerado por ele “estratégica e importante para o Espírito Santo”, além do LabCerrado, um projeto de agroinovação, que tem por objetivo aumentar a capacidade de produção de grãos no Noroeste de Minas Gerais e é chamado de nova fronteira agrícola do país. “Esses grãos têm vocação para serem exportados pelos portos capixabas”.
No lançamento da Modal Expo, os presidentes do Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Estado (Sincades), Idalberto Moro; do Sindicato do Comércio de Importação e Exportação do Estado (Sindiex), Sidemar Acosta; e do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística do Estado (Transcares), Luiz Alberto Teixeira, reforçaram que os investimentos privados previstos para o Espírito Santo aliados aos de infraestrutura e a política tributária farão com que, no prazo de cinco anos, o Espírito Santo se torne um hub logístico brasileiro.
Eles participaram do painel “A logística e sua importância para o desenvolvimento regional”, e reforçaram que tais projetos poderão trazer um alento aos impactos com a reforma tributária, que, dentre outras medidas, prevê o fim dos incentivos fiscais em 2032.
Em sua fala, Acosta destacou a atuação do Recomex-ES, comitê criado e liderado pelo Sindiex para discutir projetos e pensar o futuro do Estado após 2032, além de pontuar a importância da Modal Expo para o desenvolvimento dos setores. “O Brasil está integrado com o Espírito Santo e vice-versa. Temos um bom ambiente de negócios e um bom diálogo entre os poderes. O Estado está preparado, organizado e pronto para receber os investimentos previstos, e vamos nos colocar como um hub logístico brasileiro”, pontuou.
Moro reforçou que o Espírito Santo está se tornando polo logístico de armazenagem, que os portos têm grande potencial e que o ES pode ser um polo de ligação com o restante do país através dos portos, podendo ser referência em cabotagem, visto o estrangulamento de outros portos brasileiros. “O Estado caminha para se tornar referência em logística e mão de obra qualificada. Esses devem ser os diferenciais quando o incentivo fiscal deixar de existir”, disse.
Teixeira reforçou a importância da Modal Expo para o Espírito Santo e das condições ideais de se tornar um hub logístico para o Brasil e para o mundo em função de sua localização e portos. “Sem dúvida, estamos no caminho certo e a feira será marcante para aproveitarmos este momento. Em 2032, temos uma ameaça por vir, mas acredito no poder de diálogo com o governo, vamos passar por isso como foi com o Fundap. Tenho certeza de que teremos êxito. Tivemos uma boa notícia com a renegociação da BR-101″.
A Modal Expo será a 1ª feira de logística, transporte e comércio exterior do Espírito Santo, que vai acontecer entre os dias 03 e 05 de junho, no Pavilhão de Carapina. Idealizada pelo Sindiex, Sincades e Transcares, a Modal Expo foi apresentada ao público presente pelo diretor da Milanez & Milaneze, Marcos Milanez, e pelo diretor da Liga de Marketing, Marcelo Braga, as duas empresas organizadoras da feira.
A expectativa é que o evento reúna mais de 100 marcas expositoras e 7 mil visitantes, em três eixos: conteúdo, negócios e experiência. “A Modal nasce como uma plataforma de comunicação e de negócios, reunindo os principais atores da cadeia de logística, distribuição, transporte e comércio exterior do nosso Estado, afirmou Marcos Milanez.
A Modal Expo vai reunir três importantes setores da economia capixaba. O setor de transporte, por exemplo, registrou um crescimento do PIB de 7,6% no primeiro semestre deste ano, arrecadou mais de R$ 422 milhões de ICMS no mesmo período e foram gerados mais de 69 mil empregos formais (dado de 2022).
O setor atacadista representa a maior fatia de arrecadação do ICMS do Estado.
Em 2023, por exemplo, foram mais de R$ 5 bilhões arrecadados, sendo o segmento responsável por um terço de todo o ICMS gerado no Espírito Santo. São mais de três mil empresas instaladas, gerando mais de 40 mil empregos.
Já o de comércio exterior representa mais de 50% do PIB do Espírito Santo. No período de janeiro a setembro deste ano, o Estado importou mais de US$ 10,8 bilhões, um crescimento de 61,7% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto que as exportações registraram um montante de US$ 8 bilhões, com variação positiva de 14,2% em relação a 2023. Esse desempenho consolida o Espírito Santo como um grande hub do comércio exterior no Brasil.