Texto por: Renzo Colnago
O sistema financeiro está passando por uma revolução, impulsionada pela inovação tecnológica e mudanças no comportamento dos consumidores. Termos como Fintech e Tech Fin estão cada vez mais presentes e transformam não apenas como os serviços financeiros são oferecidos, mas também a estrutura do mercado financeiro como um todo.
As fintechs surgiram com o propósito de aliar tecnologia e inovação para otimizar e democratizar serviços financeiros, oferecendo soluções ágeis e acessíveis em áreas como pagamentos, crédito, investimentos e seguros. Já as Tech Fins seguem uma lógica diferente: são empresas de tecnologia que oferecem serviços de tecnologia financeira para que empresas possas desenvolver melhores suas operações financeiras. Na prática, as Tech Fins atuam como provedores de tecnologias para o sistema financeiro.
Diante de uma grande transformação, o Banco Central do Brasil (BCB) tem adotado uma postura proativa, promovendo a agenda de modernização do sistema financeiro. O objetivo é equilibrar a inovação tecnológica com a segurança, transparência e estabilidade do mercado, criando um ambiente mais competitivo e inclusivo. Lembremos que o Brasil ainda é um país com muita concentração de mercado em poucos players e, assim, o Banco Central tem sido um ator incentivador da digitalização e regulamentação de serviços financeiros, facilitando a entrada de novos participantes.
Uma das grandes iniciativas nessa transformação é o Open Banking, que permite o compartilhamento de dados financeiros entre instituições autorizadas pelo cliente. Esse modelo aumenta a concorrência, proporcionando ao consumidor mais opções e condições personalizadas de crédito, investimentos e outros serviços. Com o Open Finance, o Brasil se posiciona como referência global ao permitir a interoperabilidade entre setores como seguros e previdência.
Outra inovação de destaque é o Real Digital, a versão virtual da moeda nacional emitida pelo Banco Central. Diferente das criptomoedas privadas, o Real Digital possui lastro e é regulado, funcionando como uma moeda digital de banco central (CBDC). Ele permitirá pagamentos mais eficientes, integrará contratos inteligentes e abrirá portas para novas soluções financeiras baseadas em blockchain, consolidando ainda mais a transformação digital do sistema.
O avanço tecnológico e regulatório criou um cenário favorável para novos empreendedores. Hoje, qualquer empresa pode oferecer serviços semelhantes aos de um banco com o apoio das tecnologias digitais. Plataformas de Banking as a Service (BaaS) e APIs abertas permitem criar soluções financeiras personalizadas com rapidez, seja para pagamentos, crédito ou serviços integrados em marketplaces e aplicativos.
Apesar das oportunidades, é essencial que empresas escolham parceiros tecnológicos e financeiros que estejam alinhados com as regulamentações vigentes. A confiança na segurança dos dados, na conformidade com o Banco Central e no uso de tecnologias robustas é crucial para a sustentabilidade do negócio. Soluções financeiras bem integradas com parceiros confiáveis garantem a escalabilidade e credibilidade necessárias.
Serviços financeiros são essenciais, bancos não são.
A frase de Bill Gates nunca fez tanto sentido. Com a transformação digital e o avanço das Tech Fins e Fintechs, os serviços financeiros se tornaram descentralizados e mais acessíveis. A importância das instituições tradicionais vem sendo desafiada por empresas mais ágeis, capazes de inovar com menos barreiras burocráticas.
O sistema financeiro nacional está sendo redesenhado para ser mais eficiente, inclusivo e competitivo. A combinação de iniciativas do Banco Central, como Open Banking e Real Digital, com o surgimento de fintechs e tech fins, cria um ambiente dinâmico para inovação. Empreender no setor financeiro digital nunca foi tão fácil, mas exige atenção à regulação, tecnologia e aos parceiros certos. O futuro é digital, e aqueles que entenderem essa transformação estarão à frente em um mercado em constante evolução.