News • Saúde

Alerta Rosa: Por que o câncer de mama tem atingido mulheres cada vez mais jovens?

Publicado em: 23/07/2025

Dra. Elisâgela Cozzer

E o que estética e saúde mental têm a ver com a recuperação?

 

 

Por muito tempo, o câncer de mama foi associado a mulheres com mais de 50 anos. No entanto, essa realidade está mudando — e de forma alarmante. Estudos recentes mostram um aumento expressivo de casos em mulheres abaixo dos 40 anos. No Brasil, a taxa de diagnósticos nessa faixa etária cresceu de 9,9% para 12,9% em menos de uma década, segundo dados do Hospital de Alta Complexidade do Estado de São Paulo. Ao mesmo tempo, a mortalidade entre essas jovens mais que dobrou. Mas o que está por trás dessa nova onda? E como cuidar do corpo e da mente após o diagnóstico?

A resposta está na complexidade da vida moderna: estresse crônico, sedentarismo, alimentação ultraprocessada, obesidade abdominal, uso prolongado de hormônios, exposição a poluentes ambientais e noites mal dormidas estão entre os fatores que contribuem para a multiplicação de células mamárias alteradas. A pandemia de COVID-19, que interrompeu exames preventivos, somou-se ao cenário, retardando diagnósticos e agravando prognósticos.

Segundo a Dra. Elisângela Cozzer, profissional da área da saúde, especialista em estética avançada e dermatológica, o corpo feminino tem sido cada vez mais afetado por hábitos modernos e rotinas sobrecarregadas. “Hoje, vemos pacientes de 25, 30 anos com câncer de mama. E muitas não têm histórico familiar. Isso mostra que o fator genético não é mais o principal vilão. O estilo de vida, o ambiente, a sobrecarga emocional e a epigenética têm peso fundamental”, explica.

Dra Elisângela Cozzer

A ciência confirma: apenas cerca de 5% a 10% dos casos de câncer de mama estão relacionados a mutações genéticas hereditárias, como BRCA1 e BRCA2. A grande maioria está ligada a fatores ambientais e comportamentais. O corpo sente o que a mente carrega.

Mas o desafio não termina no diagnóstico. A mulher, além de enfrentar cirurgias, quimioterapia e radioterapia, precisa encarar mudanças profundas em sua imagem corporal. Cicatrizes, queda de cabelo, perda de mamas, dores, fadiga. Tudo isso somado a um peso emocional muitas vezes invisível. A autoestima despenca, e é aí que o cuidado com a estética e a saúde mental deixa de ser vaidade e se transforma em terapia de reconstrução interna.

“A estética aqui não é só aparência. É devolver identidade, dignidade e força”, diz Elisângela. Técnicas como drenagem linfática pós-cirúrgica, laser de CO₂ para suavizar cicatrizes, micropigmentação e terapias naturais têm se mostrado aliadas poderosas na jornada da recuperação. Elas não apenas aceleram a regeneração da pele e dos tecidos, mas também resgatam a autopercepção da mulher como alguém inteira — viva, bonita e potente.

Além disso, o suporte psicológico precisa ser parte do plano terapêutico. Ansiedade, depressão e medo da recidiva são comuns, mesmo em quem tem boas chances de cura. A aceitação do novo corpo exige tempo, cuidado e, sobretudo, acolhimento.

A equipe do Orgulho Capixaba apoia essa causa

É importante lembrar que quando o câncer de mama é diagnosticado precocemente, as chances de cura ultrapassam 90%. Por isso, exames regulares e escuta ativa ao próprio corpo são fundamentais. Alterações nos seios, como nódulos, retrações, mudanças no formato, secreções ou dor persistente não devem ser ignoradas, independentemente da idade.

A mulher de hoje precisa ser vista por inteiro — corpo, mente e alma. A luta contra o câncer de mama é física, mas também emocional e estética. E quanto mais cedo ela começa, maiores são as chances de vitória.

Se o mundo mudou, o câncer também mudou. Mas o cuidado pode — e deve — acompanhar essa transformação.

Recomendadas