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Apagão na Europa: prepare sua gestão para o que não pode ser previsto

Publicado em: 29/04/2025

Foto: Hotmail Studio/Shutterstock

E se a sua empresa acordasse amanhã sem dados, sem luz, sem gente? Como você lideraria no escuro?

 

Em meio às tensões energéticas da Europa, governos e empresas voltaram a discutir o risco real de um apagão. Não se trata apenas da falta de energia, mas da perda abrupta de controle: sistemas param, dados somem, decisões se tornam urgentes. No escuro, cada passo é incerteza. E se essa metáfora se aplicasse à sua empresa?

Imagine perder subitamente seu time-chave, seus dados estratégicos, sua previsibilidade de operação. Você estaria preparado para liderar nesse cenário? Porque, no mundo real dos negócios, “apagões” acontecem o tempo todo — perda de talentos, crises de imagem, ataques cibernéticos, quedas de receita. E muitos líderes só percebem isso quando já é tarde demais.

 

Aqui vão cinco reflexões para gestores que desejam liderar com lucidez mesmo quando as luzes se apagam:

 

1. O plano B precisa estar pronto antes do plano A falhar
Empresas resilientes não improvisam sob pressão — elas se antecipam. Uma gestão madura assume que o caos não é hipótese, é certeza. O líder que espera o incêndio para desenhar a saída de emergência não é corajoso, é inconsequente. O planejamento de continuidade (business continuity) não é um luxo técnico: é parte da estratégia.

 

2. A cultura é a lanterna em tempos de colapso
Quando sistemas param, é a cultura que guia as pessoas. Se sua equipe depende de você para cada passo, sua empresa está na idade da pedra — ainda que use IA e dashboards modernos. Empresas com cultura forte sabem reagir em rede. Sabem decidir sem comando direto. Sabem o que é certo mesmo quando não há protocolo.

 

3. Liderança é sobre clareza — especialmente na incerteza
No escuro, todo mundo procura por uma voz firme. O líder que comunica com franqueza, mostra vulnerabilidade e conduz com serenidade se torna o centro de gravidade da equipe. Transparência, direção e coragem são os três pilares da liderança em tempos de crise. Se você esconde o problema ou transmite pânico, seu time se perde.

 

4. Não é no caos que se define um líder — é antes dele
As lideranças mais respeitadas não se formam em crises — apenas se revelam nelas. Foram construídas muito antes, em tempos de normalidade, através de consistência, confiança e exemplo. Líderes que inspiram no colapso são aqueles que, no dia a dia, ouviram, ensinaram e cultivaram autonomia. Se você lidera pelo medo ou pela autoridade formal, o escuro te engole.

 

5. Você não precisa ver longe, só precisa enxergar o próximo passo
Liderar em tempos de apagão é como dirigir com farol quebrado: não se vê o fim da estrada, mas é possível enxergar os próximos cinco metros. O erro comum dos gestores é tentar prever o futuro quando, na verdade, precisam apenas ganhar tração no presente. Defina prioridades claras. Proteja os ativos críticos. Delegue com inteligência. E avance, metro a metro.

 

O caos não perdoa líderes despreparados

O apagão europeu pode ser um evento distante. Mas o apagão da sua empresa pode estar logo ali — um backup corrompido, uma demissão em massa, uma ruptura de mercado. A questão não é se vai acontecer, mas quando. E nesse momento, não será o seu organograma, nem seu pitch de vendas, nem seu PPT de planejamento que fará diferença.
Será você.

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