Texto por: Gabriel Harchbart
Por que o presencial voltou a ser a força motriz da gestão?
Nos últimos anos, o mundo corporativo flertou com a ideia do home office como o “novo normal”. Entretanto, grandes líderes e organizações emblemáticas estão desafiando esse conceito com uma mensagem clara: a conexão humana presencial é insubstituível. O recente decreto do presidente Donald Trump, exigindo que mais de 1 milhão de funcionários públicos nos EUA retornem ao trabalho presencial cinco dias por semana, é apenas a ponta do iceberg. Empresas como Amazon, JPMorgan e AT&T estão reafirmando o poder transformador do modelo presencial, abandonando o híbrido e o remoto.
Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, não deixou dúvidas: “Se quer trabalhar remotamente, talvez este não seja o lugar para você.” Em março, ele implementará a volta obrigatória de todos os diretores ao escritório, destacando que mentoramento, brainstorming e decisões estratégicas acontecem melhor quando as pessoas estão cara a cara. Na Amazon, Andy Jassy aumentou a exigência de presença de três para cinco dias por semana, afirmando que a colaboração física é essencial para inovação e cultura organizacional. Mesmo sob protestos de funcionários, Jassy deixou claro que a força do presencial está no impacto coletivo que transcende conveniências individuais.
Não é coincidência que essas decisões ocorram em um momento de intensa transformação empresarial, mas é importante ressaltar que esse movimento se iniciou em meados de 2023. Dados da Harvard Business Review mostram que empresas com forte cultura presencial têm até 21% mais chances de serem financeiramente bem-sucedidas. O presencial possibilita o tipo de interação que um e-mail ou reunião no Zoom jamais alcançará: o olhar nos olhos, a conversa espontânea no corredor e as ideias que surgem de momentos informais.
Empresas como Google e Citigroup estão indo além. O Google agora condiciona avaliações de desempenho à presença no escritório. O Citigroup, anteriormente defensor do híbrido, atrelou bônus e promoções ao comparecimento físico. E o que dizer da Salesforce, que chegou a oferecer incentivos financeiros para incentivar o retorno de funcionários? Em um mercado cada vez mais volátil, líderes globais estão afirmando que a proximidade física fortalece a execução e acelera o aprendizado.
Se CEOs de peso como Elon Musk e Bob Iger, da Disney, acreditam que o presencial é a base para reconstruir culturas organizacionais, o que impede você de reavaliar o modelo da sua empresa? Musk, conhecido por sua abordagem implacável, já declarou que “apareça ou se demita” é sua regra para colaboradores da Tesla e Twitter. Bob Iger, ao retornar ao comando da Disney, exigiu quatro dias presenciais por semana, enfatizando que, em um setor criativo, nada substitui a sinergia do trabalho conjunto.
Claro, muitos argumentam que o retorno ao escritório é apenas uma estratégia para reduzir discretamente o quadro de funcionários ou manter benefícios fiscais. Mas a pergunta que fica é: você está disposto a sacrificar a força cultural e estratégica da sua equipe por conveniências momentâneas? E você, gestor, está preparado para perder talentos ou irá liderar pelo exemplo, mostrando que a conexão humana ainda é o ativo mais valioso no mundo dos negócios?
O futuro pode até ser híbrido, mas o impacto do presencial nunca sairá de moda. Afinal, como disse Andy Grove, um dos maiores nomes da gestão moderna: “A função de um gestor é criar clareza, alinhamento e energia.” E você, está criando ou se escondendo atrás de uma tela?
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