No Dia Internacional da Família, celebrado hoje, 15 de maio, o Orgulho Capixaba destaca as ações que o Instituto Ponte faz na prática: oferecer apoio não só aos estudantes, mas também às suas famílias — com formações, rodas de conversa e uma rede ativa de acolhimento.
É esse cuidado integral que permite que histórias como a da auxiliar administrativa Shirles Adriana Kieper e de seu filho Karl, de 15 anos, se tornem possíveis. Moradores de São Gabriel da Palha, no interior do Espírito Santo, os dois mudaram radicalmente de vida quando Karl foi aprovado no processo seletivo do Instituto.
“Foi um processo muito difícil. Chegamos sem casa, sem emprego, e com muito receio. Eu chorava escondida, pensando se conseguiria trabalho. Mas o olhar do Karl, a determinação dele… Isso me dava forças todos os dias”, lembra Shirles, emocionada.
Ela conta que o filho sempre demonstrou sede de conhecimento, buscando conteúdos além da escola desde pequeno. “Quando ele foi aprovado no processo seletivo do Instituto Ponte e soube que poderia ter melhores oportunidades de ensino, ficou radiante. Aquele momento foi um divisor de águas pra gente.”
A história de Karl não é exceção entre os mais de 360 alunos atendidos pelo Instituto Ponte, que atua em 12 estados e 104 municípios. A ONG, que tem como missão promover ascensão social em uma geração por meio de educação de excelência, aposta na formação integral — e o envolvimento da família é peça-chave nesse processo.
“A principal diferença está no fortalecimento emocional. Um jovem que conta com uma família presente – e aqui é importante compreender ‘família’ como uma rede de apoio, independentemente da configuração – tem muito mais chances de se desenvolver de forma saudável”, explica Leia Brag, coordenadora de Projetos de Ensino do Instituto.
Segundo ela, é fundamental que o jovem se sinta desafiado, acolhido e respeitado. “É nesse ambiente que ele se prepara para viver as nuances da vida adulta: os desafios profissionais, os relacionamentos, a convivência com os colegas. O apoio familiar não elimina as dificuldades, mas sustenta o jovem emocionalmente para lidar com elas.”
Karl, que antes estudava em uma escola pública de São Gabriel da Palha, passou a viver em Vitória com a mãe. Ganhou uma bolsa na Escola Americana de Vitória (EAV) — uma das instituições parceiras do Instituto Ponte — e passou a contar com aulas de contraturno, curso de inglês, orientação pedagógica e apoio psicológico.
“Quando o jovem entra em uma nova escola, ele precisa de segurança para se colocar nesse espaço. Precisa se sentir parte, incluído, respeitado. Isso só é possível com uma base familiar que empodera, que transmite confiança”, pontua Leia.
No Instituto Ponte, o apoio familiar é um dos pilares. Foto: Divulgação
Essa estrutura de apoio se estende também às famílias. “Temos formações mensais para os pais, rodas de conversa com especialistas, projetos de orientação de vida e carreira. Criamos um espaço onde as famílias também aprendem, compartilham, se fortalecem”, destaca a coordenadora. Além disso, a ONG mantém um conselho de pais que apoia outros alunos e seus responsáveis, criando uma verdadeira rede de acolhimento.
O impacto dessa metodologia se reflete nos números: 93% dos estudantes do Instituto são aprovados em vestibulares até um ano após o fim do ensino médio, e 100% concluem essa etapa na idade certa — bem acima da média nacional, que é de 73,3%, segundo o IBGE.
Mais de um ano após a mudança, Shirles se emociona ao ver o resultado do esforço. “Não tenho dúvidas de que tudo valeu a pena. Quando vejo meu filho com brilho nos olhos, se dedicando aos estudos, sonhando alto, eu só consigo agradecer.”