Cachoeira do Granito, em Divino de São Lourenço. Foto: Tadeu Bianconi
Com pouco mais de 5 mil habitantes, Divino de São Lourenço é o município menos populoso do Espírito Santo e, talvez por isso, um dos mais preservados em suas tradições, na simplicidade de povo e na riqueza natural que o cerca. Emancipado de Guaçuí em 5 de junho de 1964, o município completa mais um ano, conhecido como a “Cidade Natureza” da região do Caparaó.
Cercado por montanhas e cachoeiras, Divino de São Lourenço guarda entre suas paisagens uma história marcada por diversidade cultural e fé. Os primeiros moradores foram indígenas puris, seguidos, no século XIX, por desbravadores que trouxeram consigo a cultura do café — inicialmente cultivado com mão de obra escrava, depois substituída por trabalhadores europeus e asiáticos, especialmente italianos, após a abolição da escravatura.
O nome da cidade é uma junção simbólica: “Divino”, vindo do Divino Espírito Santo, e “São Lourenço”, padroeiro do município. A vila que deu origem ao município chamava-se Imbuí, palavra de origem tupi que significa “rio das cobras” — uma das cinco localidades da região cujos nomes começavam com a letra “i”.
Hoje, além do café e da pecuária leiteira, a economia do município começa a se abrir para a fruticultura. Mas é o turismo ecológico e religioso que se destaca. As reservas de Mata Atlântica primária, consideradas as maiores da Serra do Caparaó, fazem de Divino de São Lourenço um refúgio para quem busca natureza, ar puro e espiritualidade. Entre os atrativos estão a Cachoeira do Granito, a Cachoeira Alta e a das Andorinhas, no distrito de Patrimônio da Penha, bastante conhecido por sua forte expressão cultural.
Divino de São Lourenço pode ser pequeno em população, mas é gigante em beleza, história e cultura. Uma joia escondida no Caparaó, que merece ser celebrada e descoberta.
Pedra Menina. Foto: Tadeu Bianconi