Guia Capixaba Giovana Duarte desbrava o Estado e dá dicas valiosas aos viajantes de plantão

Que o Espírito Santo é um Estado recheado de belezas em todos os 78 municípios, todo mundo sabe. Mas o que muitos desconhecem, são os detalhes, os pontos específicos, e os melhores locais de cada lugar.

Intrigada com a falta de valorização de alguns locais ao redor do Estado, em julho de 2015, Giovana Duarte arregaçou as mangas e decidiu desbravar o Espírito Santo. “O blog Guia Capixaba tem o objetivo de incentivar a valorização da cultura capixaba através da divulgação do que o estado do Espírito Santo tem de melhor na área de gastronomia, turismo, cultura, produtos e serviços”, conta Giovana.

E não pense que Giovana caiu de paraquedas no ramo de viagens. Em seu trabalho anterior, viajava o Brasil representando a antiga empresa, e assim se apaixonou por muitos dos locais onde passava. Com a residência fixa no Espírito Santo, decidiu que aqui seria o lugar ideal para mudar a chave de sua vida e começar a nova jornada.

Viajando de norte à sul do Estado, Giovana começou a divulgar suas aventuras nas redes sociais, além do blog da internet. O projeto cresceu e tomou proporções inimagináveis.

“Além das redes sociais (Instagram, Facebook, Tik Tok e Twitter) o Guia Capixaba está no YouTube com um podcast que entrevista personalidades que fazem a diferença no Estado. O aplicativo Guia Capixaba, disponível na Play Store e Apple Store, também traz dicas de estabelecimentos e pontos turísticos”, complementa Giovana.

 

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Em 2022, o Guia Capixaba ficou no Top 20 Perfis de Viagem e Turismo e Top 5 Influenciadores Espírito Santo, eleitos como os melhores do Brasil no Prêmio iBest 2022, o maior prêmio da categoria. Mais um motivo de orgulho para o Estado!

Além das viagens, das redes sociais, e do aplicativo, Giovana Duarte comanda o quadro Guia Capixaba na Rádio CBN Vitória, todos os sábados, às 10h30. Por lá, ela dá dicas de lugares para conhecer no Espírito Santo, indicações de hospedagem e alimentação, dentre várias outras dicas preciosas para os viajantes de plantão.

A curiosidade e força de vontade de Giovana, a levaram a outro patamar em sua vida. De forma praticamente autônoma, ela desbravou trilhas, estradas, montanhas e rios, e hoje dá vários motivos para reforçar o Orgulho Capixaba do Espírito Santo, conhecendo e indicando as maiores belezas do Estado.

Giovana é a convidada desta quinta-feira (17) para o 24º episódio do Capixaba Cast, e dará ainda mais detalhes de sua vida aventureira e sua empreitada no turismo. O episódio vai ao ar às 20 horas em nosso canal no YouTube: Orgulho Capixaba.

Em entrevista ao nosso portal, Giovana Duarte pontuou três dos seus locais favoritos no Estado, e deu dicas valiosas para os viajantes. Confira!

PEDRA MENINA

Pedra Menina é um tesouro precioso no Caparaó Capixaba. Fica em Dores do Rio Preto, na divisa com Minas, aos pés da entrada capixaba do Parque Nacional do Caparaó, a 250 km de Vitória (cerca de 4h de carro). Para ir de ônibus, saindo de Vitoria, é necessário ir até Guaçuí e de lá pegar outro ônibus até Dores do Rio Preto, onde fica Pedra Menina.

Além do passeio no Parque Nacional do Caparaó, onde fica o Pico da Bandeira, o distrito em si já é um lugar incrível para passear. As ruas são ladeadas por pequenas cachoeiras, e também há várias cachoeiras para visitar (como a Cachoeira dos Sete Pilões, a Cachoeira do Aurélio e a Cachoeira da Farofa).

O distrito possui opções de hospedagem exuberantes, como a Casa do Lago com chalés equipados com banheiras, a Pousada Água Marinha com uma vista incrível da Serra do Caparaó e a Flor de Café, com uma das melhores cafeterias do ES e também um SPA.

Quando esteve por lá, Giovana contratou uma agência, a Pico da Bandeira Tur, que apresentou roteiros especiais. Por exemplo: roteiros românticos para casais, roteiros para quem curte aventura, roteiros para os apaixonados por café, roteiros para quem vai com crianças.

Para quem prefere desbravar por conta própria, a Guia Capixaba recomenda a visita ao Plantio de Uvas no sítio Grãos da Terra, que trabalha com o sistema colhe e pague. Além desse passeio, o Parque Aquático Cachoeira do Chiador oferece opções de lazer com tobogã e piscinas, além de restaurante e chalés para hospegadem.

O Armazém Caparaó é onde a galera se reúne para curtir música ao vivo com ótimas cervejas artesanais da região.

SÃO VICENTE (PEDRA DA PENHA)

Cachoeiro de Itapemirim, no sul do ES, é muito conhecida por ser a terra do Rei Roberto Carlos, mas também possui um tesouro escondido: o distrito de São Vicente, que fica a cerca de 40 km do centro da cidade.

Há duas formas de chegar: saindo de Cachoeiro, por Itaoca Pedra, antes do distrito de Conduru em Castelo (entrando em Duas Barras, e tudo é sinalizado). E também pela ES-482 que leva até Jerônimo Monteiro, entrando na ES-166. No km 6 estará a entrada para a comunidade de São Vicente.

Lá o viajante encontra a Cachoeira Alta, uma queda d’água de 100 metros de altura emoldurada por fendas de uma grande parede de pedra, habitadas por andorinhas que sobrevoam a cachoeira durante todo o dia.  É um lugar democrático para todos os tipos de público: além de possuir o maior “rapel negativo” do estado, a piscina natural que se forma em sua queda é relativamente rasa e ideal para todas as idades, de crianças a pessoas que não sabem nadar.

Giovana explica que por se tratar de uma propriedade particular, algumas regras devem ser respeitadas na Cachoeira Alta: é proibido levar qualquer tipo de bebida e colocar som em volume alto. Há um bar à disposição com venda de porções, salgados e bebidas, mas é permitido levar alimentação. 

“Vi várias famílias fazendo seu próprio churrasco e piquenique. A entrada é permitida mediante pagamento de uma taxa de R$ 10 (valor de 2021).”

É importante levar guarda-sol se for passar o dia, pois há pouca sombra ao redor da Cachoeira. Giovana saliente que permitem a entrada de pequenos animais de estimação, e que o viajante não esqueça de levar sacola para recolher o lixo, além de repelente. O local ainda possui banheiros para os visitantes.

Já em Alto São Vicente, o ponto mais alto do distrito, temos a Pedra da Penha, um pico de 1200 metros com trilhas bem estruturadas com corrimão e escadas de madeira. No fim da trilha há um mirante com uma paisagem incrível, ponto já famoso para fotos. Nenhum valor é cobrado para esta trilha.

Aos pés da Pedra da Penha temos o Chalé Arcangelluz, com almoço no fogão a lenha e pousada. O restaurante funciona apenas nos finais de semana e com agendamento, com um valor para se servir a vontade (em 2021 estava R$ 35 por pessoa, e crianças abaixo de 6 anos não pagavam). No restaurante também há uma réplica de “casa da roça”, uma espécie de pequeno museu. “O espaço é muito bem estruturado, com balanços e decks para fotos com a Pedra da Penha ao fundo, além de um lago lindíssimo”, conta Giovana.

ITAÚNAS

Itaúnas fica a 29 km ao norte de Conceição da Barra e é famosa por suas Dunas. Com a fragilização das vegetações nativas do local, na década de 1950, ventos fortes soterraram a antiga vila, que se localizava entre o mar e o Rio Itaúnas. As Dunas ficam dentro do Parque Estadual de Itaúnas e em 1986 foram tombadas como Patrimônio Histórico Paisagístico e Cultural do Estado do Espírito Santo pelo Conselho de Estado da Cultura.

O acesso à Vila de Itaúnas está pavimentado desde julho de 2021, e para quem prefere ir de ônibus, a Viação Águia Branca disponibiliza uma linha saindo de Vitória para Conceição da Barra diariamente, em dois horários. De Conceição da Barra outro ônibus sai para Itaúnas, pela Viação Mar Aberto.

Já em Itaúnas é possível curtir toda a vila  sem depender de carro, já que é um lugarejo pequeno. Há opção de alugar bugre ou bicicleta. Não há posto de gasolina por lá, o posto mais próximo fica à 24 km, em Conceição da Barra.

Giovana ainda complementou contando sobre o Parque Estadual de Itaúnas. “Não é necessário agendamento, e a visitação é gratuita. Há um Centro de Visitantes antes da ponte que vai para o Parque Estadual de Itaúnas, aberto todos os dias das 08h às 17h.”

“São mais de 15 km de 6 trilhas disponíveis para atividades de ecoturismo, esportes, pesquisa e educação ambiental. São locais ideais para contemplação, aproximação da natureza e aprendizado sobre os ecossistemas, a biodiversidade e a história local. Algumas trilhas são autoguiadas, outras necessitam de presença de um condutor habilitado”, conta ela.

• 1) Trilha do Tamandaré: é a primeira trilha após a ponte. Era utilizada como acesso à antiga Vila de Itaúnas, soterrada pela areia das dunas. A trilha, que passa sobre o antigo leito do rio Itaúnas, foi nomeada em homenagem a “Seu Tamandaré”, morador tradicional que residiu na localidade até o ano de 2006. Sua casa, única residência da antiga Vila que não foi soterrada, pode ser observada no final da trilha. Dura cerca de 40 minutos e nível de dificuldade baixa até a casa do Tamandaré e média no acesso à praia.

 

• 2) Trilha da Borboleta: atravessa a formação aberta de restinga, e abriga belas paisagens naturais e grande quantidade de bromélias e orquídeas.  Dura cerca de 3 horas e nível de dificuldade média.

 

• 3) Trilha Buraco do Bicho: essa trilha é envolta em várias lendas da antiga Vila de Itaúnas e conduz a um imenso buraco nas dunas. Segundo os antigos, este teria sido feito por um “bicho” desconhecido, por isso o nome da trilha. No caminho, o antigo telégrafo de 1876 e bromélias e árvores frutíferas. Dura cerca de 2 horas e nível de dificuldade média.

 

• 4) Trilha do Pescador: é utilizada pelos pescadores para acesso à praia da “pedra grande”. Ao final da trilha encontram-se os barcos de madeira utilizados para pesca artesanal marinha. Dura cerca de 90 minutos com nível de dificuldade baixa.

 

• 5) Trilha do Alméscar: percorre uma bela floresta de restinga arbórea, com inúmeras espécies de bromélias e orquídeas, chegando à margem do rio Itaúnas. Dura cerca de 1 hora com nível de dificuldade baixa.

 

• 6) Trilha Beira Rio: utilizada historicamente por nativos da região, atravessa a floresta de restinga arbórea, manguezais e as praias do rio Itaúnas. Passa pelas ruínas do antigo porto de atracação de toras. Dura cerca de 3 horas com nível de dificuldade alta.

 

Além das trilhas, outras opções de passeios são:

• Comunidade Quilombola de Angelim: Roteiro turístico étnico de base comunitária. A comunidade Angelim está localizada a cerca de 3 quilômetros da Vila de Itaúnas, na desembocadura do Córrego Angelim no Rio Itaúnas. Lá fica a famosa Casa da Farinha, toda em madeira, onde a comunidade prepara a farinha e o Biju para serem comercializados no local e na Vila de Itaúnas.

• Aldeia Pataxó Paulo Jacó: produzem artesanato de palha e vime, como cestos, jarras e outras peças decorativas.

• Praia do Riacho Doce: é última praia na divisa do Espírito Santo com a Bahia, foi eleita como a segunda praia deserta mais bonita do Brasil em 2008 pelo Guia Quatro Rodas.

Opções de Hospedagem: Pousada Mirante de Areia, Vila Mundi, Casa das Árvores (design ecológico), Tribo de Gaia (camping), Cravo e Canela.

Opções de Hospedagem Pet Friendly: Pousada Cambucá e Estalagem Vila Tânia

Onde comer: Xique Xique Itaúnas, Flor de Mandacaru e São Bastião Gastrobar.