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Hackathons como ferramenta estratégica para construção de Cultura Organizacional e Colaboração

Publicado em: 07/05/2025

Reprodução/Weblog Tiago Doria

A transformação digital que tantas empresas almejam não começa pela tecnologia — começa pelas pessoas. E, mais importante ainda, começa pela forma como essas pessoas se relacionam com o trabalho, com o conhecimento e entre si. É nesse ponto que os hackathons, especialmente iniciativas como o Hackiathon, se mostram não apenas como eventos pontuais, mas como verdadeiros catalisadores de mudança cultural, colaboração interdepartamental e aceleração de inovação com propósito.

Para quem ainda não está familiarizado, um hackathon é uma maratona intensiva e colaborativa onde equipes multidisciplinares se reúnem por um curto período — geralmente de dois a três dias — para desenvolver soluções criativas e práticas para desafios reais, muitas vezes com o apoio de tecnologias emergentes como a inteligência artificial.

Imagine reunir, em apenas três dias, profissionais de diferentes áreas, com formações e visões de mundo diversas, imersos em uma jornada intensa para resolver problemas reais da empresa usando inteligência artificial. Parece pouco tempo? É justamente essa limitação que impulsiona a criatividade, a tomada de decisão rápida e a prototipagem ágil. O Hackiathon, por exemplo, é mais que uma maratona de programação; é uma maratona de conexão entre pessoas. Ao final dele, as organizações não apenas ganham protótipos promissores — ganham também uma nova forma de pensar, de agir e de sonhar com o futuro.

Do ponto de vista estratégico, o valor é evidente. Empresas que investem nesse tipo de iniciativa não estão apenas seguindo uma tendência, estão moldando a sua identidade cultural. Um hackathon bem estruturado é um antídoto contra a fragmentação interna: ele quebra silos, conecta áreas e dissolve o “isso não é comigo”. De repente, o profissional de RH está lado a lado com o analista de dados, o executivo de negócios com o desenvolvedor — todos falando a mesma língua: a da solução. E mais do que isso: falando sobre o negócio, com profundidade, criatividade e senso de urgência.

A área de negócios colhe frutos palpáveis ao ver suas dores traduzidas em protótipos concretos, desenvolvidos com agilidade e espírito empreendedor. A tecnologia, por sua vez, deixa de ser um recurso isolado e passa a ser instrumento estratégico, aproximando TI dos desafios corporativos do dia a dia. Já o RH descobre, nesses três dias, talentos que talvez estivessem ocultos sob a rotina e vê crescer o engajamento genuíno das equipes — o tipo de energia que workshop nenhum consegue replicar.

Além disso, há um ganho institucional inestimável: o posicionamento da marca empregadora. Empresas que promovem esse tipo de experiência sinalizam para o mercado — e para seus próprios colaboradores — que estão comprometidas com um futuro em que inovação, aprendizado contínuo e colaboração são pilares inegociáveis. Em um cenário em que atrair e reter talentos é um dos maiores desafios, oferecer experiências transformadoras é um diferencial competitivo.

No fim das contas, um Hackiathon é uma micro-revolução. Três dias que reverberam por meses. Uma empresa que emerge diferente de como entrou. Com novas soluções, sim. Mas principalmente, com novas perguntas, novos hábitos e uma nova cultura — mais aberta, mais conectada e muito mais preparada para o que vem pela frente.

Como conselheiro de tecnologia em empresas e alguém que acredita profundamente no poder das comunidades e da inteligência coletiva, vejo com entusiasmo o papel estratégico dos hackathons na construção de organizações mais humanas, tecnológicas e resilientes. Porque no final das contas, transformar a cultura não é sobre discursos. É sobre experiências transformadoras. E poucas são tão completas quanto essa.

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