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Mudanças no VR e VA: especialista aponta cautela para não prejudicar o trabalhador

Publicado em: 17/12/2025

Thomas Pillet, CEO da UP Brasil. Crédito: Divulgação

Thomas Pillet, CEO da empresa de benefícios corporativos Up Brasil e membro do conselho da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), discute impacto da medida no setor

 

Assinado em 11 de novembro, o decreto 12.712/2025 muda as regras do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), marco regulatório que sustenta o vale-alimentação e o vale-refeição no país. Apesar de ter como objetivo modernizar o sistema, especialistas apontam que as alterações precisam de ajustes técnicos e prazos realistas para não comprometer a sustentabilidade do setor e a segurança alimentar de milhões de brasileiros.

É o caso de Thomas Pillet, CEO da Up Brasil, braço no país da multinacional de benefícios corporativos Up Coop, e membro do conselho da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT). O executivo enxerga que a forma e o ritmo de implementação do decreto podem gerar efeitos colaterais significativos.

“Reconhecemos a necessidade de modernizar o PAT. Um programa social criado há 50 anos precisa evoluir com o tempo, aumentar a transparência e promover a competição saudável. No entanto, mudanças estruturais sem padrões técnicos claros e com prazos curtos para adaptação costumam gerar instabilidade. É preciso ter em mente que os sistemas atuais processam bilhões de reais por mês e são responsáveis pela alimentação de cerca de 25 milhões de trabalhadores brasileiros”, afirma Thomas.

Dentre as mudanças estão o tabelamento do valor que restaurantes e supermercados devem pagar às empresas de VA e VR, a redução pela metade do prazo do repasse financeiro das operadoras aos estabelecimentos comerciais — de 30 dias para 15 dias —, além da obrigatoriedade de todos os cartões de vale-alimentação e vale-refeição funcionarem em qualquer maquininha de pagamento. No entanto, o ponto de maior controvérsia, segundo o executivo, é o prazo de 90 dias para as bandeiras se adaptarem.

“Mudanças dessa magnitude exigem homologações, testes, integrações sistêmicas e segurança de dados. Sem tempo suficiente para isso, há o risco de falhas na prestação de serviços. E, nesse cenário, quem acaba sendo prejudicado é o trabalhador — aquele que, ao final do expediente, simplesmente quer usar seu vale para fazer uma refeição”, explica Thomas Pillet.

“A imposição de prazos inexequíveis pode colocar em cheque a operação de cerca de 500 empresas autorizadas a atuarem nesse mercado hoje, bem como a execução de contratos com dezenas de milhares de clientes. No final, isso afeta toda a cadeia — desde restaurantes e supermercados até empresas de logística, tecnologia e delivery”, complementa.

Diante desse cenário, a Up Brasil diz defender uma transição responsável, com padronização técnica, prazos realistas e cooperação entre setor público, privado e sociedade civil, para garantir que o PAT siga cumprindo seu papel social e econômico.

“O Brasil deve, sim, modernizar o PAT, mas sem abrir mão de sua estabilidade. A Up Brasil está pronta para colaborar nesse processo — mas precisamos de uma transição que preserve os trabalhadores, as empresas e a credibilidade do programa”, conclui o  CEO Thomas Pillet.

 

Sobre a Up Brasil

Up Brasil oferece benefícios corporativos e serviços de valor agregado para o bem-estar dos trabalhadores. É responsável pelo primeiro cartão de bem-estar do país, o UpLivit, que integra até 10 categorias de benefícios personalizáveis, indo de Saúde & Bem-Estar até Cultura & Entretenimento e Saldo Livre, além dos tradicionais UpAlimentação e UpRefeição.

Também atua com o UpGo (antecipação salarial), UpGift (premiações), UpNatal (gratificações de final de ano) e com a Tanto, uma plataforma 100% digital para empresas fazerem a gestão de gastos corporativos de forma facilitada.

Assim, a Up Brasil promove o bem-estar social e o desenvolvimento econômico com soluções inovadoras e sustentáveis para empresas, comunidades e indivíduos. Fundada em 2016, faz parte do grupo Up Coop, um dos principais players globais de benefícios corporativos, presente em 25 países.

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