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A política, advogada e professora capixaba Myrthes Bevilacqua morreu aos 86 anos. Myrthes entrou para a história como a primeira mulher a ser eleita deputada federal pelo Espírito Santo, um marco para a representatividade feminina na política do Estado. A causa da morte não foi informada.
O governador Renato Casagrande lamentou a morte e decretou luto oficial de três dias. “Recebo com profundo pesar a notícia do falecimento de Myrthes Bevilacqua, primeira mulher eleita deputada federal pelo Espírito Santo e exemplo de dedicação à educação e à justiça social”, declarou na rede social X.
Nascida em Vitória em 3 de fevereiro de 1939 e formada em Ciências Jurídicas e Sociais e licenciada em Ciências Físicas e Naturais pela atual Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Myrthes construiu uma carreira marcada pelo engajamento em causas sociais e educacionais. Entre 1959 e 1964, atuou como chefe de gabinete da Secretaria de Educação do Espírito Santo e, posteriormente, presidiu a União dos Professores do Espírito Santo entre 1973 e 1981. Também foi vice-presidente da Confederação de Professores do Brasil (CPB) de 1975 a 1983 e secretária de Ação Social do Estado de 1987 a 1989.
No campo político, foi eleita deputada federal em 1982 pelo PMDB. No mandato, integrou a Comissão de Serviço Público e foi suplente da Comissão de Trabalho e Legislação Social. Durante a redemocratização do país, seu voto ganhou destaque ao apoiar a emenda Dante de Oliveira, que restabelecia eleições presidenciais diretas, e ao escolher Tancredo Neves na eleição indireta de 1985. Fora do parlamento, também atuou como assessora na Telebras e como integrante do conselho de administração da Telecomunicações do Espírito Santo (Tele-ES).
Myrthes deixa três filhos. Sua trajetória segue como referência de pioneirismo, dedicação ao Espírito Santo e compromisso com a democracia. Um verdadeiro Orgulho Capixaba.