Foto: Divulgação
A partir do próximo dia 14 de novembro, durante um mês, os artistas Natan Dias e Rafael Segatto vão ministrar o curso “Introdução ao uso de tecnologia: prática de ateliê e desenvolvimento processual”. Com atividades realizadas sempre às terças-feiras e quintas-feiras, das 19h às 21h, no espaço de ateliê deles, em Vitória.
As inscrições já estão abertas e podem ser feitas por meio deste link. O resultado da seleção será anunciado em 5 de novembro, com envio de e-mail de confirmação aos inscritos que forem contemplados.
O processo levará em consideração questões de gênero, raça, sexualidade e outros marcadores sociais, como critério para o preenchimento das vagas, a partir do interesse da pessoa que se candidatar. O objetivo dos artistas é compor uma turma plural e diversa para a realização do curso.
Destinado a profissionais atuantes ou em formação no Espírito Santo, com ênfase ao ensino e qualificação de artistas em suas múltiplas linguagens, o curso está organizado em três módulos interdependentes: “Pigmentos, ecologia das cores e os usos transatlânticos”, “Composição tridimensional” e “Velha Inovação”.
Segundo Natan Dias e Rafael Segatto, o curso parte da necessidade de se articular novos espaços de formação em artes, que se proponham a dialogar sobre as temáticas contemporâneas em seus aspectos práticos, metodológicos e conceituais. Por isso, decidiram criar um recorte em suas pesquisas para a proposição de uma formação cuja premissa é o compartilhamento de soluções que prezam pelo uso sustentável da biodiversidade.
No primeiro módulo, Rafael Segatto pretende estimular os participantes a refletirem sobre como a variedade de cores disponíveis está conectada com a biodiversidade do planeta Terra. Natan Dias, no segundo módulo, vai propor uma série de práticas projetadas para aprimorar habilidades tridimensionais e promover a troca de referências visuais e literárias dos participantes. Na última etapa do curso, os dois se unem visando à construção de um momento de acompanhamento das produções individuais de cada participante.
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Em sua produção, Natan Dias investiga o ferro (Fe3+) como elemento constitutivo da anatomia humana e como suporte para tecnologias construtivas, corporificando objetos passíveis de serem oxidados. Rafael Segatto, por sua vez, constitui seu trabalho convivendo em ecossistemas aquosos em suas dimensões físicas, materiais e espirituais, produzindo uma arqueologia marítima não formal.
Apesar de trabalharem com técnicas e linguagens distintas, ambos desenvolveram juntos o projeto “De onde o olho mira” (2021), que consiste em um monumento de caráter público a Kitembo, inquice do tempo. Localizado no Quintal Bantu, no Morro da Fonte Grande, em Vitória, o projeto é realizado com ferro, madeira de embarcação naval e concreto de sururu.
Ao longo de suas trajetórias, os artistas também participaram das exposições coletivas “Experiências Ímpares” (2019) e “Gira” (2019), além da ação “Quintal Bantu” (2019), realizada em celebração aos e reivindicação dos 484 anos das culturas Bantu no Espírito Santo.
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