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Pecuaristas do ES sentem o impacto da onda de calor no rebanho

Publicado em: 02/03/2025

Com excesso de calor o rebanho ganha menos peso, o consumo de água aumenta e há impacto econômico nas fazendas.

Com o frequente alerta de ondas de calor acima da média no Estado, a preocupação com a criação de gado ganha destaque e demanda precauções adicionais para prevenir impactos econômicos e minimizar o estresse nos animais. O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) prevê temperaturas acima da média histórica em quase todo o Brasil entre fevereiro e abril de 2025, enquanto as chuvas são previstas abaixo da média. As temperaturas elevadas têm sido uma constante neste verão, com várias cidades frequentemente registrando máximas próximas ou superiores a 30°C. Mesmo os bovinos zebuínos, conhecidos por sua resistência ao calor, sofrem os efeitos prejudiciais do clima extremo.

Para bovinos de corte, temperaturas acima de 30°C, aliadas à alta umidade e baixa ventilação, podem gerar impactos negativos severos. O calor excessivo compromete a saúde e o bem-estar do rebanho, reduzindo a ingestão de alimentos, aumentando o consumo de água e impactando funções fisiológicas essenciais, como a respiração e a frequência cardíaca. Segundo a zootecnista e especialista em gestão pecuária Renata Erler, esses fatores resultam em desconforto e queda no desempenho produtivo dos animais.

Entre as principais preocupações dos pecuaristas estão a redução do tempo de pastejo, resultando numa diminuição do consumo de forragem e na consequente queda na produção. O calor elevado também amplifica o consumo de água na fazenda, provocando mudanças significativas na rotina dos animais e gerando impactos econômicos diretos.

“O calor intenso também compromete a conversão alimentar e a deposição de gordura intramuscular, afetando a maciez e o marmoreio da carne. Além disso, o menor consumo de ração reduz o ganho de peso, impactando diretamente a rentabilidade da atividade pecuária.”

As vacas leiteiras também sofrem com o estresse térmico, reduzindo a ingestão de alimentos e, consequentemente, a produção de leite. “O calor afeta o metabolismo do cálcio, aumentando o risco de doenças como a hipocalcemia, e prejudica a fertilidade das vacas, dificultando a reprodução.” explica a especialista.
Os impactos das ondas de calor são minimizados quando os animais têm acesso a sombra, água de qualidade e, especificamente no gado leite, sala de resfriamento e ajuste de dieta em casos extremos.

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