Pesquisadores da Ufes desenvolvem inovador chip fotônico para revolucionar eletrônicos | Orgulho Capixaba
News • Ciência

Pesquisadores da Ufes desenvolvem inovador chip fotônico para revolucionar eletrônicos

Publicado em: 11/12/2023

Circuit board of electronic computer hardware technology. Motherboard digital chip.

Um marco significativo na pesquisa capixaba está em curso, liderado pelo Laboratório de Telecomunicações da Ufes (LabTel) em colaboração com o Centro de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento do Espírito Santo (CPID), e com a contribuição científica valiosa da Università di Trento, na Itália. O projeto, pioneiro no estado, visa criar o primeiro chip fotônico capaz de revolucionar o processo de fabricação de sistemas internos de dispositivos eletrônicos, proporcionando maior velocidade e eficiência a um custo acessível.

A pesquisa destaca-se pela promessa de aumento significativo na velocidade das funções dos sistemas, especialmente em comunicações ópticas e sensores fotônicos. O diferencial está no baixo custo de produção em comparação aos modelos convencionais.

De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil (MCTI), a fotônica é uma área de estudo referente à luz e sua onda-partícula, o fóton. Os estudos se estendem para a compreensão de sua geração, detecção, manipulação, emissão, transmissão, modelagem, processamento de sinal, amplificação e sensoriamento. A popularização e o rápido crescimento desse campo científico têm estimulado pesquisas e sua aplicação em diversas áreas.

Pablo Marciano, um dos pesquisadores responsáveis pelo projeto, destaca: “A fotônica está presente no dia a dia de diferentes formas: na tela do telefone celular ou do computador; em equipamentos de medicina; em painéis solares utilizados como fontes de energias renováveis; em carros elétricos e em objetos controlados por sinal infravermelho”.

A fotônica destaca-se pela precisão dos sensores, eficiência e flexibilidade, além de contribuir para um processo de fabricação rápido e ecologicamente sustentável, sem a geração de poluentes ou resíduos. A capacidade de utilizar a luz para processar, editar, transmitir e armazenar dados em alta velocidade torna-se uma realidade palpável com o chip fotônico capixaba.

O coordenador do LabTel, Marcelo Segatto, comenta que o sistema do chip será constituído por uma rede neural fotônica. Esse avanço incorpora a tecnologia de redes neurais artificiais, que imitam o comportamento de neurônios e são amplamente utilizadas em sistemas de inteligência artificial. A novidade está na aplicação desses componentes que se comportam como neurônios de forma mais eficiente e acessível, sendo mil vezes mais barata e consumindo menos energia do que as redes tradicionais.

“A rede neural humana é naturalmente treinada sob determinado padrão para aprender a realizar atividades como o reconhecimento de cores, objetos e rostos. O mesmo ocorre com a rede neural eletrônica, ou rede neural computacional, que utiliza códigos e programas de computação, estando presente em uma infinidade de dispositivos. Por sua vez, a rede neural fotônica se diferencia das já utilizadas no mercado, pois tem a aplicação desses componentes que se comportam como neurônios, sendo mil vezes mais barata, de alta eficiência e com um consumo de energia inferior em comparação com as redes tradicionais”, detalha Segatto.

Modelo de chip com circuito integrado de rede neural desenvolvido na Universitá di Trento.

O estudo é financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes) e recebe apoio do Centro de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento do Espírito Santo (CPID) e do Programa Institucional de Internacionalização da Ufes (PrInt). Segatto ressalta a importância do PrInt na construção de parcerias internacionais, afirmando: “Nosso objetivo é montar uma rede internacional de pesquisadores. Isso é crucial para o desenvolvimento de pesquisas, promovendo uma troca mútua de alto nível de conhecimento para as instituições envolvidas”.

A inovação capixaba no campo da fotônica não apenas impulsiona a pesquisa científica local, mas também coloca o estado na vanguarda da revolução tecnológica, promovendo avanços significativos com um olhar atento para a sustentabilidade e acessibilidade.

VEJA TAMBÉM: 

Recomendadas