Foto: Mateus Fonseca/Governo-ES
O Palácio Anchieta, em Vitória, foi palco de uma cerimônia emocionante nesta segunda-feira (16), onde ocorreu a terceira edição do Prêmio de Cafés Especiais do Espírito Santo, uma iniciativa do Governo do Estado que reconhece os produtores capixabas pelos esforços em qualidade e sustentabilidade. O evento reforçou a posição do Espírito Santo como um dos principais produtores de café especial no Brasil.
Promovida pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a premiação destacou as melhores amostras das categorias Arábica e Conilon em dois critérios principais: qualidade da bebida e práticas sustentáveis.
Durante a solenidade, o governador Renato Casagrande ressaltou o crescimento do setor cafeeiro no estado e celebrou o sucesso de 2024.
“Estamos terminando um ano que foi muito bom para o café. O valor das exportações foi recorde, superando a da celulose. Hoje temos um grande profissionalismo na produção de café. A agricultura atual é repleta de tecnologia e o agricultor está inserido na agenda da inovação. A assinatura do acordo do Mercosul com a União Europeia abre as portas para nós. Temos que nos preparar para continuar sendo os melhores cafés do mundo. Veja como foi importante a gente trazer tantos prêmios nacionais de melhores cafés do País”, destacou Casagrande.
O governador também mencionou ações governamentais para fortalecer o setor, como a redução do ICMS do café conilon, igualando o tratamento tributário ao café arábica. “Isso dá mais competitividade aos nossos produtores. Temos que seguir nesse caminho da sustentabilidade. Que possamos ter um 2025 com muita produtividade e com preços bons”, completou.
Os vencedores das quatro categorias foram escolhidos com base em avaliações rigorosas, que consideraram atributos como aroma, sabor, qualidade da bebida e sustentabilidade.
Na categoria Arábica – Qualidade, o grande campeão foi Marcos Antônio Costa, da Fazenda Córrego Pinheiros, em Brejetuba, com nota 92,79. Em segundo lugar ficou Vagner Uliana, com 90,08, e em terceiro Assildo Dias da Silveira, com 89,75.
No Conilon – Qualidade, Ormindo Francisco Nandorf, da Fazenda Chité Pedreiras, em Santa Teresa, conquistou o primeiro lugar com a nota 92,88. Na sequência, ficaram José Braz Ortelan, com 91,08, e Robson Bastianello, com 90,75.
Os produtores premiados receberam prêmios que variaram entre R$ 10 mil e R$ 30 mil, além de reconhecimento estadual e nacional pelo empenho na produção de grãos de altíssima qualidade.
Já na categoria Arábica – Sustentabilidade, o prêmio principal foi para Luciano Dutra Pimenta, de Afonso Cláudio, que alcançou a nota 86,73. Em seguida ficaram Joselino Meneguete, de Brejetuba, com 86,32, e Welinton Ferreira Braga, também de Afonso Cláudio, com 83,90.
No Conilon – Sustentabilidade, Jarlete da Penha Sôtelle, de Santa Teresa, obteve o primeiro lugar com 94,36 pontos. Robson Bastianello, de Nova Venécia, conquistou o segundo lugar com 92,43, enquanto Pedro Tonole, de Venda Nova do Imigrante, ficou em terceiro, com 89,10 pontos.
As premiações em sustentabilidade variaram entre R$ 2 mil e R$ 5 mil, reconhecendo o compromisso dos produtores com a preservação ambiental e o uso de tecnologias limpas.
O secretário de Agricultura, Enio Bergoli, destacou o impacto da premiação na visibilidade dos produtores capixabas.
“Os cafés capixabas vivem um momento de grande valorização, impulsionados pela crescente demanda por produtos de alta qualidade e pela crescente preocupação com a sustentabilidade. Com o apoio do Governo do Estado em pesquisa, tecnologia e investimentos estratégicos, os produtores têm investido cada vez mais em práticas sustentáveis e tecnologias de ponta, elevando a qualidade dos seus produtos. O Prêmio de Cafés Especiais do Espírito Santo, ao reconhecer essa excelência, consolida o estado como referência nacional e internacional no setor cafeeiro”, explicou Bergoli.
Ele ainda enfatizou o ganho de prestígio para os produtores premiados. “Isso atrai a atenção de compradores, torrefadores e consumidores exigentes, que buscam produtos de alta qualidade e com uma história única”, completou.
Já o diretor-geral do Incaper, Antonio Elias Souza da Silva, elogiou os avanços da cafeicultura capixaba. “Os resultados desta edição do Prêmio reafirmam o estágio avançado da cafeicultura no Espírito Santo, evidenciado pela excelência em qualidade e sustentabilidade. Os vencedores obtiveram pontuações muito expressivas em todas as categorias, comprovando, mais uma vez, que os produtores capixabas estão na vanguarda da produção de cafés especiais no Brasil”, afirmou.
O evento foi marcado pela emoção dos vencedores. Ormindo Francisco Nandorf, campeão na categoria Conilon – Qualidade, comemorou o título com gratidão. “Expresso aqui a minha alegria e gratidão pois ainda não acredito que isso está acontecendo. Parece um sonho”, declarou.
Marcos Antônio Costa, vencedor na categoria Arábica – Qualidade, destacou o foco na melhoria contínua e na sustentabilidade: “Acredito que o diferencial do meu trabalho está na identificação e no empenho com o que faço. A sustentabilidade marca a minha produção, e a cada ano buscamos melhorar ainda mais nesse quesito. Nosso objetivo é alcançar a nota máxima de 100 pontos, se Deus quiser”, afirmou.
Já Jarlete da Penha Sôtelle, campeã na categoria Conilon – Sustentabilidade, comemorou a valorização do seu trabalho. “Estou nas nuvens! É muito bom ter o nosso trabalho valorizado. Desde 2015, estamos sendo premiados por nossos cafés de qualidade e sustentabilidade. Em breve, teremos nosso próprio café torrado e moído”, revelou.
Com iniciativas como o Prêmio de Cafés Especiais, o Espírito Santo segue firme no compromisso de elevar a cafeicultura a novos patamares, aliando inovação, sustentabilidade e qualidade na produção dos grãos.