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Prisão, tarifaço e mercado: sua gestão está preparada para o que vem?

Publicado em: 05/08/2025

Composição: Weslley Santos/Revista Cenarium

Por: Gabriel Harchbart

 

O Brasil atravessa mais um episódio de forte instabilidade política com a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Independentemente do posicionamento político de cada cidadão, o fato é que estamos diante de um cenário que afeta diretamente o ambiente de negócios e a atuação dos gestores nas empresas.

Essa prisão não ocorre em um vácuo. Ela se insere em um contexto já marcado por tensões institucionais, insegurança jurídica, inflação sob pressão e, agora, uma guerra comercial que se intensifica com a imposição de tarifas de até 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O chamado “tarifaço” agrava ainda mais a volatilidade cambial e o custo de operação das empresas que atuam no comércio exterior — direta ou indiretamente.

Esses fatores geram três impactos imediatos no dia a dia da gestão empresarial:

  1. Incerteza econômica prolongada, que pressiona consumo, investimentos e projeções de receita;

  2. Aumento do custo operacional, impulsionado por dólar em alta e inflação potencializada;

  3. Desalinhamento interno nas equipes, que se veem expostas a um ambiente de polarização, insegurança e perda de foco.

Nesse cenário, é essencial que os líderes empresariais deixem de lado a análise política e atuem com frieza, técnica e senso de urgência. As perguntas a serem feitas não são “quem está certo?”, mas sim:

  • Como garantir previsibilidade financeira nos próximos 6 a 12 meses?

  • Como adaptar metas e planos comerciais a uma realidade instável?

  • Como proteger margens, renegociar contratos e evitar perda de clientes?

  • Como manter a equipe unida, produtiva e centrada em resultados?

A capacidade de executar com consistência em meio à turbulência será o maior diferencial competitivo das empresas nos próximos meses. Os gestores que já operam com disciplina de execução, foco em dados e mentalidade de dono estarão mais preparados.

Crises revelam fragilidades, mas também abrem espaço para fortalecimento e consolidação. Não se trata de esperar a tempestade passar, mas de aprender a navegar nela.

Empresas bem lideradas, com processos ajustados e visão estratégica, não apenas resistirão — elas crescerão.

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