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Empresário capixaba transforma falência em sucesso com reciclagem

Publicado em: 11/12/2024

Flavio Leppaus. Foto: Divulgação

Flávio Leppaus, empresário capixaba de 56 anos, construiu sua trajetória a partir de altos e baixos, mas com uma constante: a busca pela superação. Natural de Santa Leopoldina, no interior do Espírito Santo, Flávio teve uma infância marcada pela vida rural e uma família de origem alemã. “Até os 17 anos, vivi na agricultura e no comércio, ajudando meu pai”, conta. 

Em 1985, a família se mudou para Teixeira de Freitas, na Bahia, onde o pai se envolveu com a criação de gado e comércios, enquanto Flávio e seus irmãos administravam supermercados.

A vida na Bahia foi transformadora para Flávio, mas também trouxe desafios. “Fiquei em Teixeira de Freitas por 10 anos. Depois, voltei para o Espírito Santo e abri uma fábrica de móveis sob medida”, lembra. No entanto, foi no ramo da sucata que ele encontrou uma nova chance de recomeçar. Após dificuldades financeiras e o fechamento de um negócio, Flávio se viu em uma fase de reclusão.

“Perdi tudo que eu tinha de bens materiais, mas a experiência que adquiri ao longo dos 15 anos no ramo de sucata ficou comigo”, diz.

Foi com esse conhecimento que Flávio retornou ao setor em 2017, iniciando de forma modesta. “Comecei a comprar de pequenos fornecedores, os catadores de rua, porque não tinha dinheiro para comprar grandes quantidades. Comecei do zero”, revela.

O trabalho árduo e a persistência levaram a  abertura da Recifer, empresa especializada em reciclagem de metais em geral. Hoje, tornou-se referência no mercado e, não à toa, é uma das maiores fornecedoras da ArcelorMittal no Espírito Santo. 

“Muita gente acha que é só comprar e vender ferro velho, mas existe todo um processo. A sucata é separada, cortada e, dependendo do tipo, prensada para ser vendida às indústrias”, explica. Esse processo de transformação da sucata em matéria-prima é essencial para a produção de aço e outros materiais. Para ele, além de ser uma atividade econômica, a reciclagem tem um impacto ambiental significativo.

“A reciclagem limpa o meio ambiente, transforma o que seria lixo em ferro novo e ajuda a preservar os recursos naturais”, pontua.

Flávio também se preocupa com os aspectos sociais e ambientais do seu ramo de atividade. Além de investir em processos ecológicos rigorosos em sua empresa, ele se dedica a apoiar projetos sociais. “A receita da reciclagem ajuda a manter um time de futebol para crianças no bairro Tubarão, na Serra”, conta, destacando a importância de apoiar iniciativas comunitárias. Ele ainda colabora com doações de cestas básicas, principalmente no final do ano, para famílias em vulnerabilidade social.

A conscientização ambiental, no entanto, é uma das bandeiras mais fortes de Flávio. Para ele, a reciclagem precisa ser um hábito desde a educação básica.

 “A reciclagem precisa começar em casa, nas escolas, e ser parte da educação das crianças. Se a sociedade se conscientizar desde cedo, podemos fazer a diferença no futuro”, afirma.

Em um país onde a reciclagem ainda enfrenta obstáculos em várias frentes, Flávio representa um exemplo de perseverança e transformação. De um recomeço modesto no setor de sucata a uma empresa sólida, ele acredita que a reciclagem não é apenas uma atividade econômica, mas uma questão de responsabilidade social e ambiental. E, para ele, o caminho está claro: “A reciclagem é o futuro.”

Conheça mais sobre a Recifer no site

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