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Algumas histórias parecem nascer de um acaso, mas se transformam em verdadeiros chamados de vida. A trajetória da artista plástica Samira Pavesi é uma dessas narrativas que nos fazem acreditar que, muitas vezes, o destino nos conduz exatamente para onde deveríamos estar.
Formada em Turismo, com pós-graduação em Marketing e Gestão Empresarial, Samira construiu uma carreira sólida como executiva na área de turismo, antes de se aventurar pelo empreendedorismo. Abriu negócios, passou pela gastronomia, fundou uma loja de aluguel de vestidos de festa — que se tornou referência por mais de uma década. Mas, ainda que realizada profissionalmente, sua vida tomaria um rumo inesperado durante a pandemia.
O ponto de virada surgiu de forma quase despretensiosa. Ao comprar materiais artísticos para distrair a filha em meio ao isolamento, Samira acabou sendo a verdadeira surpreendida: mergulhou nas tintas e telas com uma intensidade que logo se transformou em paixão e, depois, em propósito. O que começou como distração se revelou um chamado profundo, um espaço de expressão e espiritualidade.
Foto: Arquivo pessoal
O novo caminho não foi apenas intuitivo: ela buscou formação, estudou artes no Parque Lage e se aproximou de curadores e galerias. Rapidamente, seu trabalho ganhou espaço em leilões e em importantes coleções, abrindo portas que confirmavam a força do que nascia. Desde então, Samira já participou de exposições em museus e salões de arte pelo Brasil, como o Museu do Ceará, o Museu Vitor Meirelles em Florianópolis, o Museu Regional do Norte de Minas e o Salão de Arte de Araraquara, onde teve obras adquiridas para acervos públicos em Campo Mourão e Ilhabela.
Aberta ao aprendizado, ela também viveu experiências transformadoras em residências artísticas — duas no Brasil e, mais recentemente, uma na Espanha, em um espaço totalmente sustentável, no interior do país. Essa vivência intensificou sua pesquisa com materiais descartados, como telas de contenção de obras, plásticos, livros e madeiras, que ela transforma em poesia visual.
Foto: Arquivo pessoal
Seu processo criativo é fluido, experimental e livre de amarras técnicas. Samira transita entre pintura, escultura, fotografia, assemblage, performance e escrita. O que guia seu trabalho não é o suporte, mas a necessidade de expressão e a abertura para que a arte aconteça.
Hoje, cinco anos depois de ter aceitado esse chamado, Samira Pavesi é uma artista em pleno voo. Sua obra carrega a força da experimentação, o olhar sobre o descarte e a transformação, e uma busca espiritual que dá sentido a cada criação.
Sua história é prova de que nunca é tarde para ouvir a voz interior e se reinventar.
Samira com a filha, Laura Ottoni, e com o marido, Samuel Oliveira. Fotos: Arquivo pessoal