Foto: Arquivo pessoal
Se já não bastasse correr os 42.195 metros na Maratona do Rio, no próximo dia 22, o triatleta capixaba Tiago Emerich tem um desafio e tanto pela frente. Ele vai até a Cidade Maravilhosa de bike – num percurso de quase 510 km-, acompanhado de dois amigos, para cumprir, pela quinta vez, o Desafio Trip Rio Bike Run.
Este ano, apesar de o desafio não estar no planejamento dele desde o inicio, Tiago foi convidado pela organização devido à forte interação no ano passado. “Vai ser o primeiro ano em que faço o desafio dois anos seguidos. Geralmente, dou intervalos para ter uma melhor recuperação do corpo. Porém, ao ser convidado pela maior maratona da América Latina, não tive como negar. Mesmo sem uma preparação específica, temos uma bagagem de treinos que nos possibilita encarar o desafio”.
Para o desafio, ele terá, pela segunda vez, a companhia do hexacampeão capixaba de triathlon Felipe Annunciato, que é um grande amigo e parceiro de treinos. Além dele, também o atleta Kalil Molinare, que é um atleta ex-obeso e que iniciou no mundo da corrida ao ver Tiago correndo e promovendo o esporte na Serra. “Essa história é muito bacana, pois traz um pouco do legado e da influência de vivenciar o esporte!”
A estratégia já está toda traçada. Em outras ocasiões e sem o desafio da maratona, ele já fez essa viagem em dois dias, porém como a ideia é chegar e ainda correr os 42km, ele divide a viagem em três dias. “Dessa forma, fica um dia de 250km, parando para descansar em Campos (RJ), um dia de 200 km parando em Rio Bonito e um último dia de 60km, chegando assim no Rio de Janeiro diretamente na entrega dos kits da maratona para registrar a ‘Trip'”.
Tiago Emerich. Foto: Arquivo pessoal
E como surgiu essa ideia que, para muitos, parece “loucura”? Tiago responde: “Antes mesmo de iniciar no mundo do triathlon, eu já sonhava em viajar pedalando, só que não sabia como. Em 2017, pelo fato de já ter feito algumas maratonas e ultramaratonas, já gostava das provas longas e rapidamente comecei a fazer treinos mais longos de bike e conhecer o mundo endurance, além de já fazer algumas provas de triathlon com maiores distâncias. Desde o início, o meu amigo e professor Richard (da Multiesportiva) comentou que alguns triatletas capixabas já tinham feito esse desafio de pedalar até o Rio de Janeiro para correr a famosa Maratona do Rio. Aí não teve jeito, quando vi a possibilidade de viver toda essa experiência, não pensei duas vezes e intensifiquei meus treinos na estrada e longas distâncias”.
O desafio, é claro, exige uma série de cuidados. Segundo Emerich, pedalar em qualquer ambiente requer uma atenção em vários aspectos, preparo físico e equipamentos corretos. “A estrada, de certa forma, tem até menos conflitos do que o meio urbano e corrido do nosso dia a dia na cidade. A estrada tem um fluxo, se você sabe o que está fazendo e anda na sua mão, está com preparo físico em dia, as coisas fluem. São vários momentos de atenção total e decisões certas na estrada. Por exemplo, algum momento que você precisa decidir se passa ou não em uma ponte junto com uma carreta gigante em alta velocidade que está vindo. É tudo muito rápido, e tem vezes que é melhor esperar e passar com segurança. Mas, no geral, eu costumo dizer que é mais tranquilo do que muitas vias das nossas cidades”.
Segundo ele, a idéia é levar um kit básico, prático e leve. “Uma mochila pequena, uma muda de roupa, chinelo e kit higiene pessoal para pernoitar no hotel. Além disso, levamos itens básicos para a bike, como bomba de ar, câmera de ar reserva, CO2, alimentação e um bom corta-vento”.
Por fim, ele se enche de emoção para falar do significado dessa viagem: “Essa viagem é muito significativa para mim, pois vai muito além de tempos e recordes. É uma concretização de uma mudança de vida, de se manter forte e saudável para encarar os desafios da vida e do esporte. Além disso, viajar longas distâncias de bike é algo mágico. Chegar em outro estado com suas próprias forças e ainda conseguir encarar a maratona é algo desafiador demais e nos mostra como somos capazes de muito mais. Este ano, mesmo sem a preparação específica, mas com muita bagagem de treino e vivências em longa distância, isso se torna possível!”
Tiago Emerich. Foto: Arquivo pessoal
No mês marcado pelo Dia Mundial da Bicicleta (3/6), Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte (SBRATE) alerta os cuidados necessários para quem pedala, seja por esporte ou no dia a dia.
Nos acidentes envolvendo bicicleta, é comum que ocorram lesões que exigem tratamento especializado, como fraturas nos membros superiores e inferiores, lesões ligamentares e traumas articulares. Por isso, a proteção individual torna-se essencial para minimizar esses riscos, alerta o presidente da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte (SBRATE), Dr. João Grangeiro.
“O capacete é o principal aliado na proteção da cabeça e deve ser usado sem exceção. Ele reduz significativamente o risco de lesões graves, como fraturas cranianas e traumatismos encefálicos. Joelheiras, cotoveleiras e outros equipamentos também são fundamentais para aumentar a segurança”, fala.
Mais do que usar os itens de proteção, é fundamental que os ciclistas adotem hábitos que aumentem sua segurança no trânsito, como manter a atenção ao redor, observando o tráfego de carros, motos, pedestres e também de quem pedala. Quando possível, dê preferência às ciclovias, que oferecem um ambiente mais seguro para a prática.
Zelar pela manutenção da bicicleta é outro ponto que deve fazer parte desses cuidados. Verificar regularmente freios, pneus e demais componentes é fundamental para garantir que o equipamento esteja em boas condições de uso e evitar falhas que podem causar acidentes. Além disso, sempre que possível, é recomendável optar por trajetos mais seguros, longe de vias com tráfego intenso ou maior risco.
“O ciclismo é uma atividade extremamente benéfica para a saúde e para a mobilidade urbana, mas precisa ser praticado com responsabilidade”, salienta o presidente da SBRATE. “A combinação de equipamentos de proteção, atenção no trânsito e manutenção adequada da bicicleta faz toda a diferença na prevenção de acidentes e, principalmente, na redução de lesões graves. Assim, é possível aproveitar tudo o que o ciclismo oferece, sem colocar a vida em risco”, conclui.