Espírito Santo se consolida no topo da produção nacional de pimenta-do-reino
Publicado em: 30/11/2023Compartilhe
O estado se destaca como líder na safra nacional de pimenta-do-reino, contribuindo com impressionantes 60% da produção brasileira. Para o ano de 2023, as projeções indicam uma produção estimada de 78.178 toneladas, representando um crescimento de 2,14% em comparação com o ano anterior. Em 2022, o Espírito Sando registrou a maior produção já documentada, atingindo 76.533 toneladas. O Valor Bruto da Produção da pimenta-do-reino do último ano alcançou R$ 976,9 milhões, correspondendo a 4% do Valor Bruto da Produção Agropecuária Capixaba (VBPA).
Mais de 50% da pimenta-do-reino produzida no Brasil tem origem no Espírito Santo, estabelecendo uma vantagem substancial de 34,4 mil toneladas sobre o segundo maior produtor, o Pará. A produtividade capixaba atinge 3,9 toneladas por hectare, superando a média nacional de 3,1 toneladas por hectare.
Segundo o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, esse desempenho excepcional tem fortalecido significativamente o agronegócio e a economia capixaba. A liderança e o crescimento contínuo do setor refletem a posição de destaque do Espírito Santo no cultivo da pimenta-do-reino, com mais da metade da produção nacional sendo capixaba. O Brasil se consolida como o segundo maior produtor mundial, ficando atrás apenas do Vietnã. A produção do Estado representa notáveis 9% da produção global.
“Se o Espírito Santo fosse um país, seria o terceiro maior produtor dessa especiaria, atrás apenas de Vietnã e Indonésia. A pimenta-do-reino capixaba chega a mais de 70 países e é o terceiro produto mais importante da pauta de exportações do agronegócio capixaba, depois do café e da celulose”, comparou Enio.
Em 2023, de janeiro a outubro, o Espírito Santo representou impressionantes 66% da receita obtida com o comércio exterior de pimenta-do-reino. Mais de 67% de todo o volume exportado pelo Brasil tem origem capixaba. No ano anterior, o Espírito Santo já respondia por 60% do volume e 59% do valor do condimento exportado pelo Brasil.
A pimenta-do-reino é uma peça fundamental na balança comercial do agronegócio capixaba. No acumulado de 2023, foram exportadas 43,9 mil toneladas para 72 países, gerando US$ 133,1 milhões de dólares. No ano anterior, as exportações atingiram 51,5 mil toneladas, totalizando US$ 181,9 milhões de dólares.
Com cerca de 11.700 estabelecimentos rurais dedicados ao cultivo da pimenta-do-reino, o Espírito Santo marca presença em 11% do total de estabelecimentos agropecuários capixabas. A agricultura familiar representa 76% desses estabelecimentos. Os agricultores estão expandindo a área cultivada, que deve atingir 19.685 hectares até o final deste ano, um aumento de 1,2% em relação a 2022.
A cidade de São Mateus concentra 35% da produção estadual de pimenta-do-reino, seguida por Jaguaré (12%), Vila Valério (9,8%), Rio Bananal (8%) e Nova Venécia (5,6%). Outros 40 municípios contribuem para a produção em menor escala. O tempero é uma cultura tradicional na região norte do estado e está presente em 45 municípios capixabas há mais de 50 anos.
A pimenta-do-reino, originária das regiões tropicais da Índia, tem uma história milenar e desempenhou um papel significativo no comércio global. Os colonizadores portugueses introduziram a pimenta-do-reino no Brasil durante as Grandes Navegações nos séculos XV e XVI. Hoje, essa especiaria continua a ser uma das mais consumidas globalmente, oferecendo mais aroma do que ardência. Além de realçar o sabor dos alimentos, a tempero auxilia na absorção de nutrientes e desempenha um papel crucial na balança comercial e no desenvolvimento econômico do Espírito Santo.
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